terça-feira, julho 28, 2009

Uma Análise de "O HOMEM QUE RI", de Paul Leni.

Por

Aristides Rodrigues Silva Júnior
Cleber Augusto Bezerra Gomes
Kelly Ribeiro Santos
Lígia Helena Nunes von Villon Imbó
Natália Nonato Gouvêa

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2. ENQUADRAMENTOS, PLANOS E ÂNGULOS
2.1 ELEMENTOS FÍLMICOS NÃO ESPECÍFICOS
2.1.1 Figurino
2.1.2 Cenário
2.1.3 Iluminação
2.2 ELIPSES
2.3 METÁFORAS E SÍMBOLOS
BIBLIOGRAFIA


1 INTRODUÇÃO



A história segue o estilo dos romances de Victor Hugo (foto), cheia de tragédias, drama e reviravoltas. O filme começa com a morte do rebelde Lorde Clancharlie, preso em um lugar chamado “Dama de Ferro”, a mando do Rei James II. Porém, antes de ser condenado à morte, o Lorde fica sabendo que seu filho e único herdeiro, Gwynplaine, de apenas oito anos de idade, fora vendido pelo rei para um grupo de ciganos conhecidos como “Comprachicos”, que desfiguravam crianças para tornarem-se atrações de circo. A operação feita em Gwynplaine deu ao garoto um sorriso eterno. Os Comprachicos são então banidos da Inglaterra, sob pena de morte. Durante a fuga, os ciganos abandonam Gwynplaine, que passa a vagar sozinho na neve, e encontra uma mulher morta com um bebê, ainda vivo, no colo. O garoto pega a criança, que é uma menina, e continua a vagar até encontrar uma cabana sobre rodas, moradia do filósofo Ursus e de seu cão Homo. Ursus acolhe os dois e os cria como filhos, dando o nome de Dea para a menina, que em latim significa “deusa”. Anos se passam e Gwynplaine já com 25 anos e Dea com 16 vivem viajando de cidade em cidade, com Ursus em sua “Caixa Verde”, fazendo apresentações teatrais por onde passam. Gwynplaine, por causa de sua deformação, passa a ser conhecido em suas apresentações como “O Homem que Ri”.

O desenrolar da história se passa entre o sofrimento de Gwynplaine por achar que não merece o amor de Dea, já que esta é cega e não pode vê-lo como realmente é e pelo surgimento de outros personagens como a Duquesa Josiana (que é o oposto de Dea, e se apaixona por Gwynplaine e tenta seduzi-lo), a Rainha Anne (viúva do Rei James II), e o malvado e ganancioso Barkilphedro, que vive como Bufão (bobo da corte) do rei, conselheiro da rainha e ainda, membro da Câmara dos Lordes, a qual pertencia o pai de Gwynplaine.

A trajetória de Gwynplaine continua, até que ele é descoberto pela rainha como herdeiro de um dos membros da Câmara dos Lordes e assim ele é levado para ser ordenado como tal. Ursus e Dea são banidos da Inglaterra, após o malvado Barkilphedro mentir dizendo que Gwynplaine estava morto. Gwynplaine rejeita o cargo e foge para se encontrar com sua amada que já está partindo em um navio. Seguem então cenas de luta e perseguição, Gwynplaine foge para as docas seguido por Barkilphedro, que é atacado e morto pelo cão Homo. O filme termina com a vitória de Gwynplaine, que finalmente fica junto de Dea e assim, os dois vão embora, junto de Ursus e seu fiel lobo Homo.

Para o filme, o final da história foi alterado, devido à praxe da época: finais felizes. Na novela original de Victor Hugo, como Dea tem uma saúde muito frágil, morre após receber a notícia de que seu amado falecera. Gwynplaine, quando finalmente chega ao navio e vê Dea morta, comete suicídio devido à perda de seu amor.

O filme foi dirigido pelo diretor alemão Paul Leni a convite do produtor também alemão Carl Laemmle. As gravações ocorreram nos estúdios da Universal e com o talento de Leni para cenários macabros (o mesmo também era cenógrafo), a combinação de morbidez e melodrama histórico possibilitou a produção de um dos mais belos e tristes filmes da época. O diretor foi responsável pela junção do Expressionismo alemão e o realismo norte-americano, integrando a plasticidade característica do cenário alemão, com a dinâmica das cenas de ação. O ator Conrad Veidt, fez uma das melhores interpretações do período do cinema mudo, tendo que usar uma dolorosa prótese para fixar o sorriso eterno de Gwynplaine.

Paul Leni


Carl Laemmle

Um dado curioso a respeito do personagem interpretado por Conrad Veidt, é que ele serviu de inspiração para Bob Kane e o roteirista Bill Finger para criarem o maior inimigo do Homem Morcego (Batman), o Coringa. Durante uma conversa entre eles sobre como seria o Coringa, Finger mostrou a Kane uma foto do ator Conrad Veidt caracterizado de Gwynplaine, surgindo ali a inspiração para o “palhaço vilão” mais famoso dos quadrinhos.



2. ENQUADRAMENTOS, PLANOS E ÂNGULOS
Em “O Homem Que Ri”, o modo como a câmera foi utilizada foi fundamental para que o espectador pudesse sentir melhor a dramaticidade das cenas gravadas. Pode-se notar a presença de subjetivas diversas vezes durante a narrativa, seja para expressar a superioridade do rei (em uma cena logo no início do filme, em que Lorde Clancharlie se ajoelha perante o rei pedindo para ver seu filho, e em seguida temos uma subjetiva do rei em plongée, exaltando sua superioridade), seja para criar a sensação de que realmente fazemos parte do público que assiste à peça teatral. A alternância entre subjetivas e objetivas dá ao espectador a sensação de que ele realmente faz parte da vida de Gwynplaine, pois quando ele está em cima do palco, atuando, a câmera é subjetiva, somos o público assistindo a sua tragédia. Em momentos mais íntimos, como quando Gwynplaine está com Dea, a câmera se torna objetiva, ou seja, não fazemos parte daquele momento, estamos apenas assistindo, sem sermos notados, o romance do casal.
Outro exemplo de câmera subjetiva bem interessante está no começo do filme, quando Barkilphedro está no quarto do rei para lhe contar que Clancharlie foi capturado. Nesta cena, Barkilphedro senta na cama do rei, e através de uma subjetiva temos a sensação de também estarmos sentados ali. Quando Barkilphedro se inclina para sussurrar sua mensagem no ouvido do James II, a câmera se move para frente, rastejando como uma cobra, como se quisesse ouvir o que o bobo da corte tem para dizer ao seu rei.

Há também uma forte presença de planos gerais, que possuem um papel psicológico preciso, além de descrever o cenário e situar o espectador na história. Em diversos momentos na trajetória de Gwynplaine, vemos sua figura solitária em plano geral (quando os Comprachicos o abandonam, logo no início do filme e a cena de perseguição em que os nobres da corte decidem matar Gwynplaine), reforçando a sensação de impotência e o sentimento de solidão que habitam no personagem.

Os movimentos de câmera também desempenham uma função importante na narrativa. Em um determinado momento do filme, a rainha descobre que Gwynplaine é herdeiro de um dos lordes, e então o convoca para que vá até o seu palácio para que ele se case com Josiana. Dea e Ursus, ao receber a falsa notícia de que Gwynplaine está morto, são banidos da Inglaterra. No dia em os personagens vão cumprir seu “destino”, (Dea e Ursus vão embora da Inglaterra e Gwynplaine vai até o castelo), as charretes onde se encontram os personagens se chocam e suas rodas ficam presas, em uma doce ironia. Nesta cena temos um travelling para frente sobre as rodas, com a intenção de realçar a razão pela qual dali para frente os personagens terão que ir andando aos seus destinos.

Outra cena que também faz uso de um travelling: no fim do filme, Gwynplaine decide pular de uma torre consideravelmente alta para outra, já que está encurralado e os guardas estão atrás dele a fim de prendê-lo. Ele fica pendurado, e a cena se desenrola por alguns momentos nessa tensão, sem saber se ele vai ou não cair. Então, a câmera se torna uma subjetiva de Gwynplaine olhando para baixo. A câmera balança para reforçar a idéia de que o personagem pode cair a qualquer momento. Em seguida, temos um travelling para frente sobre o “público”, dando a impressão de que Gwynplaine está caindo. Isso ajuda a reforçar a dramaticidade da cena.

Na cena em que se nega a cumprir as ordens da rainha (casar com Josiana), Gwynplaine se rebela e diz “Um rei fez de mim um palhaço! Uma rainha fez de mim um lorde – mas antes de tudo, Deus me fez um homem!”. E então vemos uma cena de Gwynplaine em um enquadramento bastante inusitado: o personagem habita apenas a metade de baixo da tela, e acima dele não há nada. Este enquadramento reforça a frase do personagem, que então ergue as mãos em direção ao céu: entendemos que existe algo (ou alguém) superior e invisível acima dele, ou seja, Deus.
Em seguida, vemos Gwynplaine em contra-plongée, que o engrandece, e reforça a idéia de que agora ele não é mais oprimido, que ele vai impor suas vontades não importa o que a rainha ou os nobres façam.



2.1 Elementos Fílmicos Não Específicos

2.1.1 Figurino
O filme se passa na Inglaterra do século XVII, e o figurino foi em sua maioria realista, expressando bem as características dos vestuários dessa época, e de fácil percepção das diferenças entre as classes sociais, como a corte e a plebe. Por outro lado, em alguns personagens, notamos características simbolistas, como no maldoso Barkilphedro. Nele percebemos sua evolução dentro da corte durante o filme, pois ele passa de bobo da corte para conselheiro da rainha e depois para membro da Câmara dos Lordes. Percebemos essa característica também na personagem Dea, pois ela está sempre com roupas claras, sem decotes ou mangas curtas, o que acentua bem as características de pureza, ingenuidade e castidade. O contraste entre Dea e Josiana é facilmente percebido através do vestuário, enquanto uma é pura e ingênua, a outra é sedutora, livre e provocante com seus decotes, roupas brilhantes e uma camisola de cetim com rendas, que não pertencia ao período histórico, e foi utilizada para ressaltar a característica sedutora da personagem.

























2.1.2 Cenário
O cenário, apesar de grande parte ter sido construído para o filme, possui em sua maioria características realistas, como por exemplo, a corte da rainha Anne, ou até mesmo a Feira de Southwark. Porém, o diretor possui grande influência do Expressionismo alemão, e notamos isso facilmente nos altos contrastes de preto e branco em algumas cenas, como por exemplo, na cena em que lorde Clancharlie é sacrificado na “Dama de Ferro”; e na estilização exagerada em uma cena específica logo no início do filme, quando vemos o quarto do Rei James II, com estátuas exageradamente grandes em volta da cama, denotando a importância e egocentrismo de quem repousa naqueles aposentos.
Percebemos também que em uma determinada cena há características do Impressionismo, quando Gwynplaine, ainda criança, acaba de ser abandonado pelos Comprachicos: vemos pegadas na neve e o garoto andando sozinho, perdido; nessa cena o cenário serviu para denotar essa solidão em que se encontra o personagem e ao vermos os cadáveres enforcados é reforçada a idéia de que ele está condenado á morte.

2.1.3 Iluminação
O filme incorpora com equilíbrio o realismo com pinceladas de Expressionismo. Nas cenas em que há apresentação de personagens a iluminação tende a ser expressionista. Como, por exemplo, na cena inicial em que vemos o quarto do rei. Fica claro que a iluminação não é realista, pois há uma claridade excessiva para um quarto, centralizada na cabeceira da cama do rei, em contraste com as laterais, que estão praticamente na penumbra. Essa cena em questão traz apresentação do caráter do rei, que era facilmente manipulável. Enquanto a luz vinda de cima passa a impressão de poder, a luz divina, as luzes laterais deixam a mostra os rostos das estátuas que cercam a cama, quase todas direcionadas a ele, dando assim a idéia de que o rei está submisso a elas, logo, dando a idéia de que ele é influenciado por outras pessoas.

















No restante do filme a luz tende a acompanhar a realidade. As cenas noturnas externas são escuras, só tendo como fonte de luz as luzes de lampiões. Um exemplo seria a cena em que Gwynplaine sai para se encontrar com Josiana. Cenas diurnas externas e as cenas internas são bem iluminadas, procurando reproduzir com fidelidade a luz do sol/luzes do palácio.














Cena externa a noite.


Cena externa - dia Cena interna.


Essa junção de uma luz mais realista com a luz simbólica é a melhor maneira de adaptar o realismo e a construção da alma dos personagens apresentados no livro de Victor Hugo para o cinema.

2.2 Elipses
Elipse é o nome dado à técnica de se subtrair informações que não são necessárias de se explicitar, mas sem tirar o sentido da sequência narrativa. As elipses podem ser classificadas em: tempo, conteúdo e estrutura.

Um bom exemplo de elipse de tempo no filme "O Homem Que Ri" pode ser encontrado logo no começo da história: vemos uma cena que possui um fundo escuro, iluminada apenas por uma faixa de luz e a sombra de um garoto (Gwynplaine) carregando um bebê. Conforme a luz vai se extinguindo, uma outra imagem é sobreposta ao fundo escuro até ficar completamente visível e mostrar o garoto chegando perto de uma casa. Nesse caso, a elipse consiste na supressão do trajeto que o garoto fez até que chegasse naquela casa.

Já uma elipse de estrutura é dada perto do final do filme, onde temos Gwynplaine na corte da rainha junto aos nobres. Ao verem seu "sorriso", estes começam a rir de Gwynplaine, que fica triste e cobre sua boca com um lenço. Vemos o rosto dele em primeiríssimo plano, a câmera com foco nos seus olhos tristes, e em seguida temos um travelling vertical, onde Gwynplaine descobre sua boca e tampa seus olhos. Isto causa uma certa contradição ao que foi mostrado antes. A elipse é usada para que a cena não fique cômica, mas sim dramática.

As elipses que são feitas por alguma censura social, como cenas de sexo por exemplo, são as elipses de conteúdo. No filme, encontramos uma na cena em que o mensageiro que carrega uma carta para a duquesa Josiana a vê tomando banho pelo buraco da fechadura. A câmera tem como foco as pernas de Josiana, e o resto do corpo dela é visto apenas no reflexo da água, que está em movimento e também não permite que vejamos a figura da duquesa.

2.3 Metáforas e Símbolos

Em “A Linguagem Cinematográfica”, Marcel Martin define um símbolo como uma imagem que convencionalmente designa algo e uma metáfora como a justaposição de duas imagens para a produção de um efeito psicológico que permita ao espectador uma assimilação das idéias implícitas no filme.

O roteirista Christopher Vogler disse que no cinema, uma metáfora é uma comparação que nos ajuda a compreender por analogia alguma característica de nosso ser. É um modelo de algum aspecto do comportamento humano.

Não é possível fazer um bom filme somente com metáforas e simbolismos (exceto, é claro, quando se trata de uma proposta experimental), porém é inegável que o uso de tais recursos acrescenta bastante à narrativa, conferindo-lhe profundidade e auxiliando a construção do enredo ao mesmo tempo em que nos ajuda a explorar a psique dos personagens, sem recorrer continuamente a diálogos.

Isto é uma prerrogativa inestimável em filmes mudos como “O Homem Que Ri”, que se beneficia de símbolos e metáforas de diversos tipos com uma exímia habilidade, obtendo resultados eficientes. Ao ser levado para a Dama de Ferro, lorde Clancharlie é mostrado numa interessante metáfora plástica (i.e. analogia de estrutura) que remete a mártires católicos.

Cena extraída do filme.





Gravura medieval sem créditos retratando
o martírio do cristão durante o Império Romano.

Esta mise-en-scène, constituída pelo prisioneiro entre seus dois carrascos sendo levado à tortura, é freqüentemente notada em quadros e gravuras como a acima e adquiriram, com o passar dos séculos, conotação de inocência sendo punida, o que reforça a dignidade do pai de Gwynplaine e subentende que sua prisão foi injusta, apesar de não terem sido fornecidas nenhuma informação completa o suficiente que explique o porquê que ele foi preso torturado, com exceção de uma fala do rei que diz: “Então, o rebelde orgulhoso que se recusou a beijar nossa mão retornou do exílio para beijar a Dama de Ferro.”
Quando Gwynplaine, aos oito anos de idade, é abandonado pelos Comprachicos, ele vaga pela neve e ao chegar à forca onde alguns cadáveres estão dependurados, há uma composição simbólica de imagem na sobreposição da sua pequena figura errante com a os cadáveres balançando ao vento da tempestade de neve, numa alusão ao destino mais provável do garoto: a morte.


Paul Leni reutiliza este artifício na primeira vez em que vemos Dea crescida, ela está dentro da van de Ursus rodeada de flores brancas, um símbolo de beleza, pureza e ternura, reforçado, como já dito anteriormente, pelas suas roupas claras. Assim, desde sua primeira aparição, Dea é envolta numa aura de candura que constitui a principal característica da personagem.
Mais adiante, vemos outra composição de quadro interessante com um símbolo dramático:
Enquanto Gwynplaine se apronta para o espetáculo, Dea olha para ele, que por sua vez está absorvido pela própria imagem grotesca. Após alguns segundos, ele fecha o espelho e vemos o símbolo da comédia e tragédia. A tragédia de Gwynplaine (i.e. sua deformidade física) é a comédia da platéia, o que lhes causa riso. Envolvido na amargura desta ironia, Gwynplaine não faz jus aos sentimentos que Dea lhe dedica por achar-se indigno delas.

A ambigüidade, a hipocrisia e leviandade do comportamento da Duquesa Josiana é mostrada de maneira simultaneamente simbólica e metafórica na transição da seqüência da sala de concertos real para as cenas de Josiana na Feira de Southwark: a rainha e outras nobres olham para a cadeira oficial vazia de Josiana, ocorre um primeiro plano de seu brasão e em seguida há uma fusão para a cadeira do carrossel aonde ela senta, numa outra analogia de estrutura.

A cadeira e o brasão simbolizam a origem nobre e as responsabilidades reais de Josiana, que foram negligenciados por ela. O carrossel é comumente associado à infância e conseqüentemente à imaturidade ou mesmo irresponsabilidade.



Uma metáfora dramática interessante é a cena na qual a silhueta de Dea é vista através das cortinas de sua cama após encontrar o bilhete perfumado de Josiana. Esta é uma das poucas cenas na qual ela é mostrada obscurecida, um reflexo de seu estado de espírito perante a indagação de onde estaria Gwynplaine e o que seria aquele bilhete.



A natureza do relacionamento entre Gwynplaine e Josiana é ilustrada de uma maneira interessante pelos lençóis e travesseiros de seda, que são símbolos comumente associados à luxúria, em que consiste a atração de um pelo outro.

Porém, este breve envolvimento entre os dois não muda o fato de que Gwynplaine e Dea têm seus destinos entrelaçados. Há duas metáforas que marcam isto durante o filme:
Quando Gwynplaine está a caminho da Câmara dos Lordes para ser ordenado, sua carruagem se enrosca na de Dea, que estava a caminho das docas, e ele fica impossibilitado de seguir adiante da maneira planejada por Barkilphedro. Ou seja, o destino de ambos está entrelaçado e nada poderá impedir.

Depois da apresentação na qual vê Josiana pela primeira vez, Gwynplaine está introspectivo nos bastidores defronte a uma espécie de painel de tecido ilustrando um barco navegando embaixo de um sol acolhedor, o que prenuncia o final feliz da história, no qual Ursus, Dea e Gwynplaine fogem de navio ao amanhecer após terem driblado todos os obstáculos que os separavam.

BIBLIOGRAFIA

BRUNI, Roman. Roteiro de Roteiro. Rio de Janeiro: Roman Bruni, 2004.
MARTIN, Marcel. A Linguagem Cinematográfica. São Paulo: Brasiliense, 2007.

http://www.mundodasmandalas.com 25/05/2009 12:45
http://www.cineclubenatal.blogspot.com 25/05/2009 12:50
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Man_Who_Laughs 25/05/2009 12:55
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Man_Who_Laughs_(1928_film) 25/05/2009 13:00
http://en.wikipedia.org/wiki/Christopher_Vogler 25/05/2009 13:12