quinta-feira, outubro 16, 2008


ENTREVISTA-Stone fala de filme sobre George W. Bush

POR JILL SERJEANT
LOS ANGELES - O diretor Oliver Stone nunca evitou controvérsias nos 30 anos desde que começou a fazer cinema, tratando de questões como a Guerra do Vietnã, em "Platoon" e a violência na sociedade, em "Assassinos por Natureza".


O tema mais recente do diretor três vezes premiado com o Oscar é o presidente americano George W. Bush. Seu filme "W." estréia nos EUA na sexta-feira, menos de três semanas antes de os americanos irem às urnas para eleger seu próximo presidente, em 4 de novembro.

O diretor Oliver Stone diz que "W.", seu filme sobre George W. Bush, é compassivo e pode surpreender o público



Oliver Stone, 62 anos, falou à Reuters sobre o que o levou a fazer "W." e lançar o filme neste momento.


P: Por que é importante lançar "W." tão perto da eleição presidencial americana de 2008, quando o presidente George W. Bush não é candidato à reeleição?


R: Tratamos do fenômeno Bush, e, não importa quem vença a eleição, seu impacto estará sob a sombra dessa presença imensa que existiu por oito anos e que mudou o mundo. Acho que muitas pessoas devem assistir ao filme porque, antes da eleição, faz bem refletir sobre quem elegeram nos últimos oito anos e sobre onde estamos neste momento, como país.


Qual é o legado mais preocupante da administração Bush?


Esse homem nos deixou o legado de três guerras: a guerra no Iraque, a guerra no Afeganistão e a guerra ao terror, além da política do ataque preventivo. São coisas muito perigosas em termos de política externa.


Internamente, ele assumiu para o Executivo privilégios que nunca antes foram reivindicados com tanto extremismo e por um período tão longo. Ele infringiu leis e deixou de implementar leis com as quais discordava.


Por que você não fez esse filme quatro anos atrás, quando o presidente Bush era candidato à reeleição?


Não tínhamos as informações. O período 2000-2003 da presidência Bush foi uma obra-prima orwelliana na qual todos os documentos foram mantidos em sigilo e qualquer pessoa do círculo interno do poder que falasse com a imprensa era demitida. Esse sujeito foi infalível durante três anos. Foi apenas em 2004-2005 que as informações começaram a vir à tona. Onde estaríamos sem os jornalistas investigativos?


Qual foi, em sua opinião, a força motriz da vida de Bush?


Bush cresceu com a maldição de ser o filho primogênito e a ovelha negra da família. Ele precisava provar que era mais forte (que seu pai). Para ele, então, conquistar um segundo mandato foi crucial, e, sobretudo, era crucial terminar o trabalho iniciado no Iraque. Acho que Bush personaliza uma série muito complexa de situações mundiais e as converte em questões de seu próprio ego, que descrevo como um ego de caubói ou John Wayne.


O que as pessoas vão achar surpreendente neste filme?


Ele foi feito com o coração. Acho que é um filme compassivo, e isso pode surpreender o público

Da EFE


O diretor Steven Soderbergh escolheu a jovem atriz pornô Sasha Grey para protagonizar seu próximo filme, "The girlfriend experience", informou nesta quinta-feira (16) a revista "Variety".
O projeto, um drama de baixo orçamento que atualmente é rodado em Nova York, conta a história de uma prostituta de luxo e faz parte do contrato assinado pelo cineasta com o empresário Mark Cuban para gravar seis filmes juntos.



O longa-metragem, produzido pelo estúdio independente Magnolia Pictures, tem roteiro de Brian Koppelman e David Levien, que assinaram "13 homens e um novo segredo" (2007), dirigido por Soderbergh.



Grey, de 20 anos, entrou no negócio pornô após completar 18 anos e apareceu em várias fitas do gênero. Em janeiro, conseguiu ser a artista mais jovem a receber o prêmio de melhor atriz do ano, concedido pelo Adult Video News (AVN).



Esta será a terceira aparição na grande indústria da atriz, que cita Jean-Luc Godard, Bernardo Bertolucci e Catherine Breillat como seus diretores favoritos. Grey também atuou em "Quit" e "Smash cut", explicou a publicação.



"Ter a oportunidade de trabalhar com um autor vencedor do Prêmio da Academia é realmente uma grande honra", disse a atriz ao portal da AVN.



"Fui fã dos filmes de Soderbergh durante anos e estou eufórica em ter o papel protagonista em um filme cheio de personagens", acrescentou.

32ª Mostra Internacional de Cinema dá carta branca a Wim Wenders, tem pré-estréia mundial de “Garapa”, de José Padilha, e exibe “Che” com a presença de Benício Del Toro


Além de retrospectivas de filmes de Ingmar Bergman e Kihachi Okamoto, a Mostra homenageia Hugh Hudson e exibe filmes inéditos no Brasil, como “Tulpan” e “Duska”
A 32ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, tradicional evento do calendário cinematográfico do país, que acontece entre 17 e 30 de outubro, traz neste ano uma seleção de 454 filmes de 75 países e mantém seu objetivo de contemplar a diversidade da produção cinematográfica atual, reunindo filmes de todas as partes do mundo que permitam uma visão aberta e pluralista da realidade e novas experiências estéticas.


A Mostra também traz à cidade obras de cineastas consagrados, seja na seção Perspectiva Internacional, seja em retrospectivas e apresentações especiais. Debates, palestras, exposições, shows e uma grande lista de convidados internacionais em São Paulo completam o programa. Petrobras A Petrobras apóia a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo desde 2001 porque acredita que projetos como este defendem e valorizam a formação de novas platéias e o acesso aos bens culturais.


A Petrobras tem como compromisso em sua política de patrocínios fortalecer as ações de criação, produção, difusão e fruição das artes no país, papel este que a Mostra tem desempenhado com intensa eficiência no cinema brasileiro. Patrocinadores 32ª Mostra A 32a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo é realizada com o patrocínio da Petrobras; co-patrocínio da Adidas; apoio de FAAP, Vivo, Unibanco, iG, Cosac Naify, Hotel Renaissance, Telecine, Condomínio Conjunto Nacional; apoio cultural SESC SP, Ministério da Cultura e Lei de Incentivo à Cultura, Governo Federal, Sabesp, Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Estado de São Paulo; apoio institucional da Imprensa Oficial, São Paulo Turismo, Secretaria da Cultura da Prefeitura da Cidade de São Paulo; e promoção da Folha de S. Paulo, Globo Filmes e Rádio Eldorado.


Produção: ABMIC – Associação Brasileira Mostra Internacional de Cinema. Pré-estréia mundial de “Garapa”, de José Padilha A Mostra exibirá em sessão especial a pré-estréia mundial de “Garapa”, de José Padilha. “Garapa” é o terceiro documentário longa-metragem do diretor de “Tropa de Elite”, que também assinou “Ônibus 174” e “Estamira”. O filme aborda a questão da fome no mundo a partir de uma perspectiva microscópica, ao se aproximar de quem convive com o problema. A pré-estréia do filme será seguida de debate, promovido em parceira com o jornal Folha de S. Paulo. Carta Branca a Wim Wenders A 32ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo dá Carta Branca ao premiado diretor alemão Wim Wenders, para apresentar sua própria seleção de filmes. Wim Wenders também será homenageado com o Prêmio Humanidade, concedido pela Mostra a grandes cineastas como Manoel de Oliveira, Eduardo Coutinho e Amos Gitai. Com Carta Branca, Wenders indicou livremente uma relação de filmes que está incluída na programação do Festival.


Em sua seleção de 15 títulos, Wenders contempla filmes de cineastas clássicos, como François Truffaut (com “A Sereia do Mississipi”), Jean-Luc Godard (com “O Pequeno Soldado”) e Yasujiro Ozu (com “A Rotina tem Seu Encanto” e “Fim de Verão”) e obras de novos diretores representativos do panorama atual –como Sarah Polley (com “Longe Dela”) e Robinson Savary, (com “Bye Bye Blackbird”). Após a exibição de seu mais recente filme, “The Palermo Shooting”, em 21 de outubro, Wim Wenders comenta e justifica com a platéia os filmes de sua Carta Branca e sua nova realização. O cineasta estará em São Paulo entre os dias 20 e 22 de outubro, especialmente para participar da Mostra. Exibição de “Che” com Benicio Del Toro A 32ª Mostra cumpre seu papel de sinalizar as tendências do cinema mundial e traz a São Paulo importantes filmes inéditos no Brasil. Entre as novidades estão o longa de Steven Soderbergh, “Che”, estrelado por Benício Del Toro, que vem a São Paulo prestigiar a exibição do filme, que encerra a programação da Mostra. O filme terá sessões no dia 30, no Cine Bombril, e 31, no Cinesesc. Neste ano, Del Toro recebeu o Prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes por sua interpretação de Ernesto “Che” Guevara. Filmes inéditos no Brasil “Tulpan”, de Sergey Dvortsevoy, vencedor da mostra “Um Certo Olhar” do Festival de Cannes 2008, “Mil Anos de Orações”, de Wayne Wang, “Duska”, de Jos Stelling, “Horas de Verão”, de Olivier Assayas, “La Virgen Negra”, de Ignácio Castillo Cottin, “Veneno Cura”, de Raquel Freire, “Príncipe da Broadway”, de Sean Baker, “Oceano”, de Mikhail Kosyrev –Lambert, “Recurso Intangível Número 82”, de Emma Franz, “The Palermo Shooting”, de Wim Wendesr, “Revolução Revisitada”, de Hugh Hudson, “Fronteira”, de Rafael Conde, “Las Meninas”, de Ihor Podolchak e “Coyote”, de Brian Petersen, são mais algumas das várias atrações inéditas no Brasil que serão exibidas na 32ª edição da Mostra.


Homenagem a Ingmar Bergman


No ano em que Ingmar Bergman completaria 90 anos, a Mostra homenageia o cineasta com uma retrospectiva que privilegia filmes raros do início de sua carreira. Entre os títulos que farão parte da seleção estão “Crise” (1946), “Prisão” (1949), “Rumo à Alegria” (1950). Os filmes serão exibidos em cópias novas em 35 mm, produzidas com supervisão do Instituto Sueco de Filmes, órgão que difunde a cultura sueca no mundo. Frederik Gustafsson, do Instituto Sueco e especialista na obra de Ingmar Bergman, estará em São Paulo entre os dias 18 e 23 de outubro. A Mostra também apresentará a exposição “Meus Encontros com Bergman”, uma seleção de fotografias em que o cineasta aparece nos bastidores de peças teatrais e filmagens. As fotos, tiradas entre as décadas de 50 e 80, são do sueco Ove Wallin.


A exposição já passou por Estocolmo e Tóquio. Em São Paulo, as fotos ficarão expostas na Galeria do Conjunto Nacional. Retrospectiva Kihachi Okamoto A Mostra celebra o centenário da imigração japonesa com exibição da obra de Kihachi Okamoto (1924 – 2005), símbolo de uma era de ouro do cinema japonês construída quase anonimamente por talentos abnegados. O autor ganhará uma retrospectiva composta por 14 de seus 39 títulos. Kihachi Okamoto, um dos pioneiros do novo cinema japonês, já foi comparado a Samuel Fuller, mas permaneceu pouco conhecido fora do Japão. O diretor, no entanto, influenciou cineastas ocidentais contemporâneos como Quentin Tarantino (“Kill Bill Vol. 1 e 2”) e Jim Jarmusch (“Ghost Dog: Matador Implacável”). Além de seus notáveis filmes de samurai (chambara movies) e de gângster, Okamoto realizou importantes filmes de guerra. A Retrospectiva Okamoto apresenta-se em São Paulo graças às colaborações da Tokyo Filmex, Toho, The National Museum of Modern Art Tokyo, The Japan Foundation Film Library Tokyo, Fundação Japão de São Paulo, National Film Center Tokyo, Cinemateca Brasileira e a produtora Mineko Okamoto, viúva de Kihachi Okamoto. Mineko Okamoto estará em São Paulo entre 16 e 31 de outubro. Cerimônia de Abertura A cerimônia de abertura da 32ª Mostra, apenas para convidados, acontece no dia 16 de outubro, às 21h, no Auditório Ibirapuera, com exibição do filme “Terra Vermelha”, co-produção Brasil-Itália, dirigida por Marco Bechis e estrelada por Alicélia Batista Cabreira, Abrísio da Silva Pedro, Leonardo Medeiros, Mateus Natchergaele, Chiara Caselli, entre outros. Estarão presente na abertura o elenco do filme e o diretor Marco Bechis.


O júri Compõem o júri internacional da 32ª Mostra o cineasta britânico Hugh Hudson, o cineasta brasileiro Jorge Bodanzky, o produtor alemão Meinolf Zurhorst, o produtor e diretor francês Nicolas Klotz e a diretora iraniana Samira Makhmalbaf. As seções da Mostra Fiel à sua vocação de contemplar a diversidade cinematográfica e revelar novos talentos, a Mostra, além de proporcionar ao público uma seleção do melhor da produção cinematográfica mundial, também premia os melhores filmes com fórmulas originais. Os 12 filmes mais votados pelo público são os que vão para a avaliação do júri internacional. O festival promove a Competição de Novos Diretores, da qual participam cineastas que tenham realizado no máximo seu segundo longa-metragem e cujo filme inscrito tenha sido concluído neste ano, sem exibição pública no Brasil. Os vencedores da Competição de Novos Diretores recebem da Mostra o troféu Bandeira Paulista, uma criação da artista plástica Tomie Ohtake.


O Festival também traz ao público um panorama da mais importante e representativa produção do cinema mundial dos dois últimos anos, que são exibidos na seleção Perspectiva Internacional. Os filmes desta seleção concorrem ao Prêmio do Público nas categorias Melhor Longa Estrangeiro, Melhor Longa Brasileiro e melhores Documentários e Médias-metragens. Em seção destinada a novas linguagens, a 32ª Mostra traz a seleção de Médias e Curtas. Os curtas inscritos nesta seção serão avaliados por um júri específico.