segunda-feira, maio 18, 2009

Diretor de "Os Outros" volta com épico passado no Egito antigo

Diretor Alejandro Amenabar e atriz Rachel Weisz
THIAGO STIVALETTI
Colaboração para o UOL, de Cannes

Hoje, foi dia de Alejandro Amenábar apresentar seu novo filme em Cannes. Amenábar ficou conhecido pelo suspense "Os Outros", com Nicole Kidman, e depois pelo drama "Mar Adentro", com Javier Bardem, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro. O filme ainda não tem distribuição garantida no Brasil.

Em "Agora" (Ágora), ele constrói um épico passado no Egito do século 4, quando o território vivia sob dominação romana. Hipátia (Rachel Weisz, de "O Jardineiro Fiel") é uma mulher à frente se seu tempo, astrônoma, filósofa e matemática que trabalha na Biblioteca de Alexandria. Cabe a ela lutar para preservar o conhecimento adquirido pela civilização egípcia. Não falta o tradicional triângulo amoroso entre ela, o discípulo Orestes (Oscar Isaac) e o escravo Davus (Max Minghella, filho do cineasta Anthony Minghella).
"Apesar de muito diferentes entre si, todos os meus filmes tem um tema em comum: construir uma perspectiva humana sobre todas as coisas", definiu Amenábar. "Em 'Agora', quis mostrar o conflito entre religião e ciência, como em todos os filmes sobre Galileu, mas com uma personagem ainda não explorada no cinema". O diretor comentou sobre as questões religiosas do filme, que mostra a imposição cristã no Egito. "Muitos podem achar que é um filme anticatólico, mas não é. Denuncio o fundamentalismo, e não o cristianismo".

Rachel Weisz, que ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por "O Jardineiro Fiel", de Fernando Meirelles, e é casada com o diretor Darren Aronofksy (de "O Lutador"), confessou que nunca tinha ouvido falar em Hipátia antes do filme, e teve de estudar muito para o papel. "Me inspirei nas mulheres que amam o trabalho acima de tudo na vida - Hipátia era assim já naquele tempo. Sobre a civilização egípcia, comentou: "Era uma sociedade muito desenvolvida, na cultura, na astronomia, na ciência, na filosofia. Mas curiosamente possuía uma grande lacuna: a escravidão. Apesar dos avanços, ainda havia os cidadãos de primeira e os de segunda categoria naquela época".

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