Andrzej Wajda
Em comemoração aos 100 anos da indústria cinematográfica na Polônia, o CCBB São Paulo apresenta, com curadoria da Embaixada Polonesa, a mostra 100 Anos da Cinematografia Polonesa, que reúne 14 trabalhos de destaque que retratam o panorama de um século de história e cultura do país.
A mostra Ilustra sua riqueza, criatividade e aspectos específicos da criação em várias épocas. Os filmes foram desenvolvidos por cineastas reconhecidos mundialmente, como Wajda, Zanussi, Jakimowski, Bugajski e Kawalerowicz.
O projeto tem o apoio da Embaixada da República da Polônia no Brasil, Polish Film Institute, Associação Mañana e Babel Studio.
Sinopses: 100 Anos da Cinematografia Polonesa
O Homem obstinado, de Henryk Szaro
(Mocny cz³owiek, Polônia, 1929), P&B, Filme mudo, 78 min. Livre.
Henryk Bielecki é um homem obstinado, que vai atrás da glória e do dinheiro a qualquer preço. Falsifica um cheque para editar sob o próprio nome os manuscritos do amigo, que matou. Mas o amor vence até a sedução da glória e da riqueza obtida a custos da ruína dos outros. Henryk renasce moralmente, sentindo a miséria do próprio comportamento, quando conhece Nina. Para este filme restaurado no séc. XXI, a música foi composta por um dos mais conhecidos artistas poloneses – Maciej Maleñczuk.
Tchau, até amanhã, de Janusz Morgenstern
(Do widzenia, do jutra, Polônia, 1960), P&B, 80 min. 16 anos.
Em uma simples história romântica sobre o encontro de Jacek e Margueritte, os autores do filme entrelaçaram cenas com a participação de criadores e autores dos teatrinhos Bim-Bom e Co To (Que é?). Realizados dentro das autênticas caves estudantis de Gdansk, tentam desta maneira fixar inesquecíveis espetáculos da segunda metade dos anos 50. No papel principal está Zbigniew Cybulski – diretor, ator e um dos criadores da Companhia do Humor Bim-Bom, e o papel de Margueritte também é autêntico – na verdade era Françoise Bourbon – a filha do cônsul francês, que passava na Polônia as férias e feriados. Na esfera formal, os episódios da vida dos teatros estudantis quebravam o enredo principal da ação, proporcionando ao conjunto um estilo de livre narração, marcante na Nouvelle Vague francesa, que então dava os seus primeiros passos.
O Faraó, de Jerzy Kawalerowicz
(Faraon, Polônia, 1965), Cor, 175 min. 16 anos.
As tropas do jovem Ramsés foram paradas pelo sacerdote Herhor, que viu na areia dois besouros – as sacras imagens do Deus do Sol, Amon. Para desviar-se dos besouros, as tropas têm que passar por um canal, cavado por um escravo ao longo de anos. Ramsés em vão tenta mudar a idéia do sacerdote. No caminho, encontra a linda judia Sara. Encantado pela sua beleza, ele a leva para o palácio. Herhor relata ao faraó que Ramsés não era capaz de comandar o exército. O jovem príncipe de novo experimenta o poder dos sacerdotes. Afastado da política passa tempo em diversões e endividado, toma dinheiro emprestado dos fenícios. Quando Sara dá à luz um bebê seu, a rainha Nikotris e Herhor decidem que o bebê seria educado como judeu, para nunca pretender o trono. No entanto os sacerdotes preparam um tratato com a Assíria desfavorável para o Egito. Os preocupados comerciantes da Fenícia começam a suportar Ramsés, que declara guerra contra a Assíria. Indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Hotel Pacífico, de Janusz Majewski
(Zaklête rewiry, Polônia/Tchecoslováquia, 1975), Cor, 95 min. 16 anos.
Baseado no romance do início do séc. XIX de Tadeusz Kurtyk, conhecido como Henryk Worcell. Um grande restaurante dos anos 30 apresentado pelo lado “da cozinha”. O jovem Roman começa a trabalhar como um lavador de pratos. Para crescer na empresa precisa não só trabalhar duro, mas suportar a dor, humilhações e tomar decisões difíceis. Um dia ele vira barman à custa do amigo, outro dia é promovido a garçom, depois de receber pancadas do chefe. Farto de humilhações e denúncias questiona-se sobrea luta pelo emprego em detrimento da vida particular.
Mimetismo, de Krzysztof Zanussi
(Barwy ochronne, Polônia, 1976), Cor, 96 min. 16 anos.
Um dos mais importantes filmes do "cinema da inquietação moral" trata do problema do conformismo da classe mais culta da sociedade polonesa. Num acampamento universitário, o jovem Jaroslaw encarregado dos assuntos organizacionais, tenta tratar os estudantes com igualdade e parceria, e se esforça pelo bom andamento do Concurso de Trabalhos Científicos dos jovens linguistas, principal objetivo do acampamento. Ele ignora os avisos do promotor científico Jakub Szelestowski sobre a antipatia do vice-reitor em relação ao centro científico da cidade de Torun, mas estes avisos não evitaram Jaroslaw em aceitar para o concurso um trabalho atrasado vindo deste mesmo centro.
O Interrogatório, de Ryszard Bugajski
(Przes³uchanie, Polônia, 1982), Cor, 111 min. 18 anos.
Definido pelo governo de então como “o filme mais anticomunista da história da Polônia Socialista". Como resultado da pressão do governo, Ryszard Bugajski se viu obrigado a deixar a Polônia e a estréia do filme só aconteceu em 13 de dezembro de 1989, no oitavo aniversário da introdução do estado de guerra. Antonia Dziwisz – atriz de classe média vai com sua trupe realizar espetáculos para trabalhadores em pequenos vilarejos. Acaba sendo presa e torturada com o objetivo de acusar um colega do grupo. Mesmo agredida e maltratada psiquicamente, ela não desiste. Atinge o ápice da depressão somente quando o marido pede a separação devido a falsas acusações de infidelidade feitas pelas autoridades propositalmente. Sai da prisão depois da morte de Stalin e retira do orfanato a filha, que tem como pai um dos perseguidores de sua mãe.
A Dívida, de Krzysztof Krauze
(D³ug, Polônia, 1999), Cor, 97 min. 18 anos.
Baseado em fatos verídicos, o filme retrata a trágica história de dois jovens, Adam e Stefan, sócios nos planos de abrir um negócio promissor. Depois de fracassarem inúmeras tentativas de obter um financiamento, um encontro acidental coloca Gerard no seu caminho, ex-vizinho de Stefan, que se oferece para levantar tais fundos. Mas o simpático colega Gerard se transforma num frio cobrador que mudará para sempre a vida destes dois rapazes, bem como a sua própria.
Terra Prometida, de Andrzej Wajda
(Ziemia obiecana, Polônia, 1974 – nova versão 2000), Cor, 136 min. 16 anos.
Um jovem engenheiro polonês, Karol Borowiecki
trabalha numa fábrica sonhando com o próprio negócio, assim como seus amigos - Moryc Welt, jovem comerciante judeu, e Maks Baum, um alemão, filho do proprietário de uma velha tecelagem. Todos querem realizar seus sonhos aproveitando a notícia do aumento dos impostos sobre o algodão. Esta tarefa vai se tornando difícil com a resistência dos fabricantes de Lodz, que estão com medo da concorrência e com a reação do velho Zucker que ficou sabendo do romance de Karol com sua esposa. Esta nova versão do filme não é um remake do filme original: trata-se do mesmo filme, reeditado pelo próprio Wajda. Indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Sexmissão, de Juliusz Machulski
(Seksmisja, Polônia, 1983), Cor, 116 min. 16 anos.
Esta obra lançada em pleno regime comunista, é uma genial comédia encenada em um ambiente futurista, com breves cenas que fazem até mesmo lembrar da pornochanchada brasileira. Escondido sob uma sátira ao feminismo, o filme é sobretudo uma crítica aos regimes totalitários. Maks e Albert, voluntários em um experimento de hibernação, acordam em 2044 em um mundo subterrâneo, sendo os únicos homens sobreviventes, depois que o gene masculino foi exterminado acidentalmente em uma guerra nuclear. Agora, estas duas cobaias masculinas encontradas em uma escavação arqueológica, na sua busca pela liberdade, irão provocar muita confusão neste mundo só de mulheres.
O Meirinho, de Feliks Falk
(Komornik, Polônia, 2005), Cor, 93min. 16 anos.
Lucian Bohme, um jovem oficial de justiça, eficiente e inflexível, de maneira quase cruel executa os seus mandados em uma zona pobre e com grande número de desempregados, causando medo e ira. Lucian está ocupado demais com sua carreira para dar atenção aos sentimentos e dores alheias. Sua eficácia lhe traz lucros significativos, mas também a inveja. A insensibilidade de Lucian termina quando, por sua causa, uma jovem se suicida no saguão do Tribunal e uma antiga paixão cruza a sua vida. Abalado, resolve distribuir para as pessoas que feriu, o dinheiro recebido de um suborno. Ocasião igualmente aproveitada por seus competidores.
Praça do Salvador, de Joanna Kos-Krauze e Krzysztof Krauze
(Plac zbawiciela, Polônia, 2006), Cor, 105 min. Drama baseado em fatos reais. 18 anos.
Beata e Bartek, pais de dois filhos, se mudam para a casa da mãe de Bartek, Sra.Teresa. O casal dedicou todas as suas economias para a compra de um apartamento, mas a construtora faliu e o apartamento foi tomado pelo banco. Endividados e sem o sonhado apartamento, vivem do salário de Bartek e de sua mãe Teresa. Beata largou os estudos quando ficou grávida e agora não consegue encontrar um emprego. Teresa, que criou um filho mimado e irresponsável, não esconde a sua aversão pela nora e defende o seu filho em qualquer situação.
Jasminum, de Jan Jakub Kolski, com Janusz Gajos
(Jasminum, Polônia, 2006), Cor, 107 min. Livre.
Ambientado num mosteiro do séc. XVII, no limiar entre a realidade e o conto de fadas, três irmãos soltam cheiros: de azereiro, de ameixa e de cereja. O abade acredita que um deles é um santo previsto pela antiga profecia. Os cheiros soltados pelos sacerdotes têm o poder de acordar nas pessoas uma louca paixão. Um dia no mosteiro aparece Natasha - uma jovem restauradora de arte com uma filha de 5 anos, a Gienia. Natasha restaura as obras e compõe os cheiros. Ela consegue achar, na lenda do mosteiro, a chave para o cheiro afrodisíaco. Depois da saída de Natasha e Gienia acontece um milagre no mosteiro, mas diferente do esperado pelo abade.
Truques, de Andrzej Jakimowski
(Sztuczki, Polônia, 2007), Cor, 95 min. Filme baseado em motivos autobiográficos. Livre.
Stefek, um menino de 6 anos, e a irmã dele, Elka de 17 anos, acreditam que o destino pode ser conduzido pelos truques. O pai do Stefek abandonou a mãe por uma outra mulher. O menino desafia o destino. Acha que uma cadeia de acontecimentos provocados por ele vai aproximá-lo do pai. Elka ensina para ele como “subornar” o destino pelas pequenas oferendas. Mas no momento decisivo as crianças não têm nada valioso para oferecer.
Ladies, de Tomasz Konecki
(Lejdis, Polônia, 2008), Cor, 134 min. Livre.
Ambientada na cidade grande, esta comédia gira em torno da vida íntima de quatro mulheres e suas relações com os homens. Amigas desde a infância, mantêm desde então o costume de realizar o Reveillon em pleno verão (num país onde este acontece no inverno), quando dividem os sonhos para o ano novo. A vontade de ter um filho, ter seios maiores, casar ou ser uma eterna solteira são alguns dos sonhos que, somados a um enredo de traição, paquera, absurdo e sobretudo muito amor, desvendarão um pouco do mistério feminino. 3 prêmios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário